terça-feira, 14 de dezembro de 2010

            Amor, como são desnorteantes os caminhos que traçamos. Apareceste para ser um auxilio, trazias minha ajuda sem reclamações.
            Como nos enganamos fugindo ao amor!
            Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar sua espada, seu pavoroso poder de penetrar e nele imprimir decepções.
            Entretanto, você chegou de manso e me envolveu em doçura e celestes amavios.
            Não queimava, não siderava; sorria.
            Mal entendi quando se aproximou, tonta que fui. Mas trouxe tuas mãos sobre mim, e ao sentir teu corpo junto ao meu te imaginei sendo o outro da minha procura e por esperteza do amor, senti que éramos um só.
            Assim o amor dissolve o mesquinho desejo de existir em face do mundo com olhar pervagante e larga ciência das coisas. Já não defrontamos o mundo: nele nos diluímos, e a pura essência em que transmutamos dispensa alegorias, circunstâncias, referencias temporais, imaginações oníricas, para existir em si e por si. Pois já nem somos nós, somos o número perfeito: UM.
            Levou tempo, eu sei, mais acabei por não resistir e confesso que você me venceu.
            Agora, amado meu para sempre,  nem olhar temos de ver, nem ouvidos de capta a melodia, a paisagem, a transparência do ato de amar.


DEDICADO A DIORGILYS !

Nenhum comentário: